quinta-feira, março 25, 2010
Quadrados de papelão
Enquanto os mosquitos picavam sua canela, ele cantarolou rodopiando pelo cômodo 10x10 pensando em todas as possibilidades existentes em um caminho multipolar do mundo multidimensional. Amanhã ele poderia ver todos os seus sonhos espalhados em cartões postais de diversas cores, incluindo aquele de cor de manga. Ele estava feliz por 10 segundos. Havia carimbado dez mil, trezentos e sessenta quadrados de papelão de viagem. Seu dedo estava manchado, mas ele era importante para o planeta. Sua digital haveria de se espalhar pelo mundo, juntamente com a tipografia que não conseguia traduzir pelo dicionário escolar comprado em um sebo: YOU HAVE BEEN DENIED.
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quarta-feira, março 17, 2010
Abaixo de água
Quando ela escrevera no invisível 'Já não sei', a água tinha subido até os joelhos e peixinhos coloridos davam beliscadinhas em suas canelas. Ela queria gritar 'Eu sei', mas toda vez que inspirava o ar para emitir o som, a imagem de um tubarão refreava suas palavras. Era horrível ter certezas. O tubarão era urbano, mas seu coração era subaquático.
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terça-feira, março 09, 2010
Do pânico
Em uma tarde bela e fresca linda Maria percorreu livremente a serra com um facão a pulso e seios à mostra. Ela gostava de matar. Matava vespinhas que paravam os carros para apreciar a vista humana e matava mosquitinhos que subjugavam conhecer a essência da alma mamífera.
Ela apareceu na TV, mas decidiu negar entrevistas. De vez em quando podemos encontrar resto de sangue pelos matinhos virgens, mas peito que é bom livre, nada.
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