segunda-feira, setembro 25, 2006
A casa azul
Na floresta de Denmak um jovem ateu cozinhou um alimento perecível. O garoto dentro da casa azul estremeceu. Lino gostava de ler dentro de casa. A luz precária do ambiente o ajudava na concentração. Na página 12, passou os dedos sobre as letras que formavam significados. “O que são os perigos da floresta e da pradaria comparados com os choques e conflitos diários do mundo civilizado?” Coçou o pulso.
Dentro da casa o relógio parado não marcava as horas. Era um apetrecho pós-moderno. Uma inutilidade de uma decoração de interiores. O jovem ateu cortou o dedo anelar do alimento perecível. Lino coçou o dedo médio.
“Enlace sua vítima no bulevar ou traspasse sua presa em florestas desconhecidas, não continua sendo o homem, aqui e lá, o mais perfeito de todos os predadores?”
O sangue do alimento perecível escorria pela mão do ateu. Ele esmagava a carne, fazendo marcas de dentes de plástico na superfície. A faca era Tramontina. O comercial influenciou a compra.
Dentro da casa azul, Lino ouviu o barulho. Era um farfalhar momentâneo, uma mistura de barulhos de gosma. Coçou a cabeça. Por um segundo o vulto passou à sua frente. Imaginou-se Tartufo.
O ateu jogou sal no alimento, mas antes o retalhou à base de vinagre e alho. Lambeu a face sanguínea.
Lino fechou o livro. Mas o vulto foi mais rápido. Cortou nas sombras a sombra de seus dedos. O uivo sombrio penetrou no azul da casa.
# Mas que merd...
Pipocavam em sua pele orifícios esfolados. O sangue saía do interior em uma graça de ferida. Do nivelamento liso e encantador da pele humana um emaranhado de pus formou-se. Junto, a coceira infindável. O ateu levou ao forno seu alimento perecível. Lino pereceu. Era catapora-zóster.
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