sábado, fevereiro 20, 2010

Além da sociedade

Quando ela caminhava perdida pelos arbustos da encosta, lembrava das feridas nas costas dele. Ela tinha feito aquilo, mas não se recordava. Lembrava de correr o mundo, com um prato e um garfo e ter todo o cuidado possível para que o vidro não se estraçalhasse conforme a travessia de 40 dias e 40 noites pela água cristalina.

Lembrava de ficar com a pele enrugada, de ter a circulação congelada, de ver o reflexo do sol na biodiversidade aquática. Mas ela encontrou com ele, alegre do outro lado, tirando pelos da mão de um urso e contando anedotas para anões. Era eloquente de acordo com a língua extinta. Ela não entendia, mas sorria. Foi aí que a maré apareceu e ela teve seu corpo jogado e o prato quebrado.

Agora ela aprendeu a dizer olá e até daqui a pouco. Ele às vezes tira estilhaços da costela.



Link esse texto // 4 Comentários

domingo, fevereiro 07, 2010

Coloridas

Ela picotava borboletinhas coloridas como quem faz carne moída com bacon e alho. No fim, sempre jogava os restos das asinhas na lixeira reciclada. Dizia que eram indigestas. Depois chupava as pobres alminhas com gosto de porco.



Link esse texto // 4 Comentários





julho 2006
agosto 2006
setembro 2006
outubro 2006
novembro 2006
dezembro 2006
janeiro 2007
fevereiro 2007
março 2007
abril 2007
maio 2007
junho 2007
julho 2007
agosto 2007
setembro 2007
outubro 2007
novembro 2007
dezembro 2007
janeiro 2008
fevereiro 2008
março 2008
abril 2008
maio 2008
junho 2008
julho 2008
agosto 2008
setembro 2008
outubro 2008
novembro 2008
dezembro 2008
janeiro 2009
fevereiro 2009
março 2009
abril 2009
maio 2009
junho 2009
julho 2009
agosto 2009
setembro 2009
outubro 2009
novembro 2009
dezembro 2009
janeiro 2010
fevereiro 2010
março 2010
abril 2010
maio 2010
junho 2010
julho 2010
agosto 2010
setembro 2010
outubro 2010
Current Posts


Supercaliflagili...
Stuff no one told me
Post Secret
Mesa de Bar
Sentido Absurdo
O Diário Aberto de R.
Pigs in Maputo
Ventos Verdes
Sabedoria de Improviso
Páprica Doce
Escuridão