sábado, fevereiro 20, 2010
Além da sociedade
Quando ela caminhava perdida pelos arbustos da encosta, lembrava das feridas nas costas dele. Ela tinha feito aquilo, mas não se recordava. Lembrava de correr o mundo, com um prato e um garfo e ter todo o cuidado possível para que o vidro não se estraçalhasse conforme a travessia de 40 dias e 40 noites pela água cristalina.
Lembrava de ficar com a pele enrugada, de ter a circulação congelada, de ver o reflexo do sol na biodiversidade aquática. Mas ela encontrou com ele, alegre do outro lado, tirando pelos da mão de um urso e contando anedotas para anões. Era eloquente de acordo com a língua extinta. Ela não entendia, mas sorria. Foi aí que a maré apareceu e ela teve seu corpo jogado e o prato quebrado.
Agora ela aprendeu a dizer olá e até daqui a pouco. Ele às vezes tira estilhaços da costela.
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