quarta-feira, novembro 01, 2006
O esquilo de Piabetá
Coisas estranhas acontecem na vida. Um caminhão de colchões explode pela manhã. Engarrafamento. Dez horas na ponte e as luzes se apagam.
O homem que vende balas de felicidade, mastigáveis, a preço de sonho. Layla, a cachorrinha, contente. Tudo na vida dura exatamente o tempo certo para não termos certeza. E assim o dia de Tina terminou. Certo, mas questionável.
Era febre do shopping e, como toda boa consumidora feminina, foi em busca de pechinchas. Não precisava de nada, mas era altamente influenciável por comerciais de TV. Tinha uma concunhada que trabalhava na Adidas, talvez passasse por lá.
Antes de subir as escadas, se deparou com uma curiosidade. Uma criança de 2 anos era jogada para o alto, indo parar quase no terceiro andar, o andar das lojas mais caras.
SPACE JUMP – Seja radical e venha se divertir muito!
Sim, era isso que ela precisava! Esbravejar seus hormônios. Chegar ao terceiro andar pelo menos voando.
Venha saltar e dar pulinhos no ar!
Seus pés estavam apertados dentro de uma sandália trançada, mas deu uma corridinha básica. A criança estava sendo desamarrada. Pais orgulhosos. Fotos de celular.
Tina poderia ser livre. Poderia dar um mortal! Poderia dar um grito sem ser olhada de rabo de olho. Poderia babar! Grunhar! Terminar o dia feliz.
Foi barrada pela orientação dos monitores.
Desaconselhável para GORDOS, gestantes, hipertensos e cardíacos. Entre 10kg e 80kg.
Mas ela era alta! 84, fartura muscular e um não bem na cara. Se sentiu um esquilo de Piabetá. Foi para Adidas e torrou seu cartão de crédito em roupas de ginástica. Parcelado em 6 vezes, sem juros. Ela vai se matricular na academia daqui a uma semana, irá 3 vezes no mês seguinte, depois doará as roupas para caridade. A última parcela só será paga ano que vem.
Link esse texto //
2 Comentários
|
|