terça-feira, dezembro 26, 2006
Tardes de glicerina
Ela levava todos os meninos que beijava para a Pedra do Arpoador. Eles contavam seus segredos e viam as gaivotas se suicidarem mar adentro.
Pacífico, Atlântico, Índico. Todos levavam e traziam notícias dos pensamentos de pessoas que observam o mundo. A imensidão do infinito tocava os cabelos dos meninos beijados. Na areia da praia, um peruano que acabara de chegar do trem da morte com um cordão de nós em forma de borboleta, um beckeiro que tocava os pés e tingia-os de flores, dois surfistas com cabelos pretos. No infinito, três helicópteros.
Eu quero o mundo dentro de uma garrafa de mensagem. Queremos beijar todos os garotos sexy. Abrir os braços para a clareza dos últimos raios de sol. Ter pulseiras com mensageiros de amor. Cumprimentar cada turista com abraços de urso.
Distribua doces finos nos banheiros públicos. Limpe a vida dos imigrantes. Desligue as luzes dos postes e transforme em néon. Tire um cachorro doente do lixo. Tarde com amigos longínquos.
Mas ela só pensava, por isso foi para casa e tomou um outro banho com sabonete de glicerina.
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