segunda-feira, dezembro 04, 2006
Vaga-lumes
Ela era uma menina que colecionava vaga-lumes porque queria prender a luminosidade a qualquer custo.
A beleza dos pirilampos em um pote de vidro. Luz translúcida aos olhos de uma prisioneira.
Ela gostaria de saber se um dia a vida seria felicidade constante. Mas como resposta reinventaram os comerciais de margarina.
Prender pirilampos era como prender um pouco de sua própria luz, força que emana sentidos. Todos nós prendemos para anestesiar o imo, já que 30% de nós mesmos sempre deseja ir embora.
Mas os vaga-lumes morriam por falta de ar e a cada vez que ela enterrava um perdia um pouco de sua extra sensibilidade.
O fim do sonho era a descrença.
Por isso de vem em quando ela soltava um pirilampo. Algumas vezes ele voava e sumia. Outras, trazia alguém mais na garupa.
A menina permanecia prisioneira, com a íris na esperança do horizonte. Naquele que voa e some.
Ela, porém, continuava a esperar na garupa.
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