segunda-feira, janeiro 22, 2007
Isle de la Cite
Isle de la Cite. Ilha no Rio Sena. Paris, capital da França. Catedral de Notre Dame. Mo Kaiser Ferreira é atacado por gárgulas. Anos luz dali Kaiser Mo Ferreira ouve o tilintar da chuva em uma telha quebrada.
Realidades são figuras demoníacas.
A gárgula arranha o ombro direito de Mo Kaiser. Kaiser Mo olha o reflexo de seu cabelo na poça de água janela abaixo.
Imagens são realidades invertidas.
A gárgula é atraída por um crucifico no peito de Mo Kaiser. Ele corre para o telhado.
Noites são dias ao contrário.
Kaiser Mo tem no peito uma vontade de voar e tocar a poça com o dedo.
Invertidas são vontades de cabeça para baixo.
Mo Kaiser suspende a mão até a orelha do desaguadouro.
Vontades para serem vontades devem manter-se distantes.
Kaiser Mo se depara com a vontade incontrolável. Dentro da poça ele vê a praça principal.
Distante é uma realidade demoníaca, invertida, da noite de uma vontade de cabeça para baixo.
Mo Kaiser joga o crucifixo para o pêndulo do ar. O pêndulo do ar é o tempo da dimensão daqueles que estão prestes a cruzar o limiar do corpo e da alma.
A alma está no cérebro em porcentagens.
Kaiser Mo vê a gárgula sair da poça, arranhar seu braço, mas ele não pode voltar porque seu corpo já está no ar, chegando mais perto da poça.
Mo Kaiser tem a alma liberta. A gárgula se fora. No chão somente uma estátua de pedra.
Kaiser Mo jaz deitado. Em sua dimensão, somente pequenas pedras polidas que se misturam em seu cérebro retalhado. A poça dispersa seu sangue. A gárgula assobia aprisionada.
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