sexta-feira, janeiro 26, 2007
Luzes
Irlanda do Norte. O tempo nos carrega.
Moara toca levemente o vento. Segundo Camus, há um universo do ciúme, da ambição, do egoísmo ou da generosidade. Um universo, isto é, uma metafísica e um estado de espírito. Os grandes sentimentos trazem junto com eles seu universo, esplêndido ou miserável.
O toque eólico abre uma fenda. Ela tem um anel mágico. Daqueles que cruzam universos. Ciúme, ambição, egoísmo ou generosidade. A abertura pode trazer junto qualquer sentimento.
Moara sabe que sua humanidade pode ser esplêndida ou miserável. Mas mesmo assim, ela efetua um buraco na dimensão. Curiosidade humana. Benção ou fardo.
Calçada dos Gigantes. Cavernas. Claustrofobia.
As luzes acalentam nosso cérebro. A escuridão atrapalha o raciocínio.
O verme se acha no coração do homem. É ali que é preciso procurá-lo. É preciso seguir e compreender esse jogo mortal que arrasta a lucidez em face da existência à evasão para fora da luz. As palavras de Camus rodeavam os pensamentos analíticos de Moara. As frases se transformavam em orações complexas.
Como o pensamento humano é medíocre. Na hora do desespero só ouvimos as palavras dos outros.
Moara fecha a fenda. Quando ela retorna, a luz a corta em losangos. O reflexo são estalactites em um abismo profundo. Ela trouxe o sentimento. E o espalhou no mundo. Sua mãe dá mil dólares para quem descobrir o que se passa na cabeça da menina. Eu tenho o endereço anotado na palma de minha mão esquerda. Bem perto de minha pinta que some em ano bissexto.
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