quinta-feira, março 08, 2007
Quando Bush veio ao Brasil
Micaela já estava segurando o papel higiênico do vôo dois meia dois dois quando o anúncio invadiu o cubículo do avião.
# Se o Bush pousar no Brasil, explodiremos a cabine traseira!
Um alvoroço tomou conta da população aérea. Barras de cereais foram vomitadas, misturadas com garrafas de água com gás.
# Emergência, emergência, era o que uma velha executiva de cabelo partido gritava para seu Nokia.
Micaela amassou seu papel. O que faria agora? Na certa eles interditariam o avião, vasculhariam cada impressão digital em cada parte da nave. Sua identidade seria descoberta.
Seu estômago fez um barulho estranho, diferente do barulho que estava acostumada.
# Se o Bush pousar no Brasil, acabaremos com vidas brasileiras!
Aeromoças pensavam: Stress por dois mil reais! Eu ainda nem conheci Bahamas.
Micaela pensava: Mas eles não passaram pelo check in? Pelo amor de Deus! Quanta imprudência.
Antes o avião tivesse explodido.
Micaela não agüentou. Segurou as paredes do banheiro. O barulho foi tão estrondoso que os seqüestradores invadiram o compartimento.
# Saia já daí ou vamos metralhar a porta!
Micaela saiu cabisbaixa. Por entre as pernas uma água marrom escorria.
Pronto, ela estava arrasada.
Seria famosa a custo de piada. Se eles não matassem Bush, ela mesma mataria.
Um vexame público é pior do que um assassinato global.
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