segunda-feira, julho 16, 2007
Eu vi no começo do século uma menina assim...
Anna Carolina Maia tinha borboletas nas unhas francesinhas.
Ela inspirava liberdade entre os dedos. Inspirar liberdade na metade dos anos 2000 era privilégio de poucos.
Um: o mundo era rápido, não havia tempo para liberdade, tudo era cronometrado para que a maquinaria temporal fosse apenas um fator plus no meio de tantos afazeres modernos. Pequenas eram as máquinas, multifuncionais também. Mas a liberdade do ser estava condicionada. Anna Carolina Maia porém, tinha tempo para assoprar bolinhas de sabão, feitas com detergente.
Dois: o capitalismo tinha abraçado o lema do socialismo. Tudo era de todos, todos tinham acesso a quaisquer informações. Todavia, os dados da ciência muitas vezes eram inverossímeis. Anna Carolina Maia libertou-se e virou jornalista. Não aquela que condena nem semeia, mas aquela que acha o olhar perdido dos humanos. A esperança dos homens em prol de sobrevivência.
Três: ela era livre. Livre para ser fotografada em preto e branco. Livre para correr entre os muros, saia ao vento e cabelo de gente grande. Livre para se deixar livre, livre dos bytes, livre dos livros de decoreba, livre para ir e vir nas estações de ônibus, livre para cantarolar via Skype.
O mundo começo-de-século abraçava gente assim e os fazia sorrir para câmeras digitais, pré-prontos para construir caminhos heterogêneos.
Anna Carolina Maia era feita de cor. E as cores eram só matematicamente alinhadas pelo Universo. Um dia a gente sai de casa, um dia a gente volta. Mas ser livre era muito mais que 512 de memória, era ser um grande mapa astral do Zodíaco.
Era ser metade grito e metade silêncio.
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