sexta-feira, outubro 05, 2007
Manhã de sexta
Ela tirou o sutiã e deitou de costas. O restinho de sol queimou algumas pintas em sua imensidão branca. O travesseiro chorava pilhas de líquido salgado. A cama com seu edredom envelhecido a aconselhava: “Estamos aqui de novo. Com um céu de chuvas de dores. Apresento hoje o coração da mulher que dizia que nunca iria amar um estranho conhecido. Qualquer tolo pode se deixar enganar. Aqui estamos novamente. Seu coração será quebrado de novo e ela fará a parte do papel de boa mocinha mais uma vez”.
Seus seios balançavam livres e ela foi até a janela do apartamento e abriu a persiana. Lá fora, o vento que contornava os prédios. “Qualquer tolo pode se deixar enganar”. “Aqui estamos novamente”.
Ela pensou em fazer um piquenique. Ela e as frutas. Uma cesta com toalha quadriculada. Música americana no mp3 do camelô. Pilhas recarregáveis. Cachorro da vizinha. Água potável e óculos escuros.
Permaneceu com os peitos livres olhando para o concreto que sorria. Depois colocou uma blusa branca e sem qualquer pudor, foi até a padaria e comprou um chumbinho para ratos.
Link esse texto //
4 Comentários
|
|