quinta-feira, março 20, 2008

O catador de conchas

Mahyna dobra a folha. 17 vezes. Depois senta no parapeito da janela suja pela poluição suburbana. Conta estrelas. Pensa no catador de conchas flutuando pelo céu, dando desculpas para espantar monstros invisíveis.

O coração dela enche-se de gás carbônico. As portas da percepção rangem. “Deixe-me aqui, com meu desequilíbrio inoxidável, com essa criatividade latente que só flui gargalhando. Com a cutícula desfeita, com minha pele chamuscada.”

Papéis picados 17 vezes descem metros abaixo, letras que desmancham e emitem cores transparentes iluminam faróis de milha.

Mahyna olha para as linhas dos dedos. Interrompidas. Quebradas. Sai do parapeito, pluga-se a ondas sonoras e pendura-se no ventilador. Cai. Do outro lado, um catador de conchas masturba-se.



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