sexta-feira, janeiro 08, 2010
Car regado pela gente
Havia ali no branco umas coisinhas coloridas transparentes. A gente achava que era a sujeira da tela do laptop, do computador, do notebook ou do netbook. A gente que antes era palavra mundana. A gente. Antes éramos. Nós. Hoje, a gente. Então a gente tinha essa mania de espiar essas coisinhas coloridas transparentes, como quem gosta de idiomas, mas canta tudo errado. Como aquela gente que acredita que toda melodia do mundo pode ser compreendida, talvez não traduzida. Seria o cérebro capaz de aprender ou morrer mais rápido com latas de 1 litro de cerveja trapezistas em cabeças sem cabelo? A gente testava. Antes éramos. Nós. E talvez a gente achasse que essas coisinhas coloridas eram defeitos de míopes. Mas como ainda ter imperfeições depois de cirurgias pagas por planos de saúde? Quando a gente achava que imperfeições correriam soltas se a gente não passasse a flanela no cristal líquido, nós cuspíamos na tela e acabávamos com a agonia. O que era transparente solidificava-se e agora não havia mais a gente. Só nós.
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