quarta-feira, maio 12, 2010

Autobiográfico

Não eram as fotos tiradas, os sapatos calçados nem a comida degustada. Ela sentia falta dos lugares. Os lugares invisíveis, o cheiro desmistificado, as passagens secretas, as cores que vibravam destoantes pelo ar. Era a história que o mundo trazia que não estava em casa, que não estava em mares cibernéticos nem em pensamentos criados.

O fragmento autobiográfico era picado em fatias. Ela podia inventar algumas frases para disfarçar a realidade, mas toda a força do coração pulsante vinha do desconhecido. Da vontade estranha de partir. Da angústia. Do desejo. Da coleção de sensações que se tem quando o mundo chega de mansinho e te apresenta ao Mundo.

Era o máximo que podia permitir conhecer. E quando acordou no dia seguinte achando que a vontade tinha passado e que poderia enfim voltar às letras juntadas, o pós-sonho indicou o caminho. O pós-sonho. Aquele onde abrimos os olhos e lembramos de uma palavra. Aquele que às vezes nos remete a fragâncias. A imagens. A sorrisos nos cantos dos olhos.

Mas chovia. E tudo o que ela podia ouvir era alguém indie gemendo ao longe.



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