terça-feira, julho 13, 2010
Carta que invade manhã de chuva
Eu não queria ser doce, mas Zoey, tenho que dizer que as coisas mudaram. Trago notícias do lado da casa que você costumava brincar de caçar libélulas. Sei que você odiava e que fazia isso por mim. Confesso que quando passo por aquele lado ainda vejo as bichinhas amassadas na parede.
Espero seu telefonema, mas ele anda distante. Entendo que talvez você esteja correndo atrás dos coelhos e das canções que um dia cantamos no balanço de madeira. Mas odeio vê-la ir, assim, sem despedidas demoradas, sem voltas apressadas, sem laços bem amarrados.
Compreendo que o tempo entre as notas é único, mas dê um tempo. Lembre-se que a intimidade não muda com os meses. É algo que se tem ou não. Permita-se. Apareça para comer romãs.
Seu irmão, Lino.
Link esse texto //
0 Comentários
|