quarta-feira, julho 07, 2010
Tarde
Tarde. Duas horas. Alguns segundos e todos os milésimos congelados. O pano colorido balançava conforme o tempo corria. Balançava e esticava-se. De dentro trazia algumas cravelhas. Alguma tensão aplicada à corda. Algum eixo de rotação de peça. Algo perpendicular.
Não tinha necessidade de lubrificação, pois a demarcação individual era satisfatória. Mas a mão que agarrou a pureza e ensinou como se fazia era insuficiente. Era uma mão que retirava violência, que ansiava beleza, que cortava sons. Era uma mão que pedia silêncio para as mil coisas que não devíamos saber.
E era dela que os dedos vibravam. Que explodiam calor e frio. Que contornavam o ar pedindo ajuda. Ajuda para acalmar a pele, estabilidade para as imagens e fechamento de olhos para não perder lembranças. Já que lembranças escorregavam conforme iam sendo tocadas. Já era tarde. Duas horas. Alguns segundos e todos os milésimos congelados.
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