terça-feira, agosto 24, 2010
Plasma, glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas
Tom arrancou dedo por dedo, pois estava sem esperança. O que faria com uma mão esquerda no meio do turbilhão de ideias?
A dor traria respostas. Segredos, tempo e escolhas. A dor traria mudanças. Ele as sentia na ponta da língua, como se beijasse um fumante de décadas. Enquanto o sangue jorrava ao tentar abrir a geladeira com o cotoco, teve uma fisgada no topo da cabeça. Levantou os cabelos, arrepiou a nuca e trouxe cãimbra aos poros.
A contração súbita o fez ajoelhar e pelo chão frio ele não encontrou soluções nem saídas para os problemas práticos. Ele só viu mais sangue jorrar, misturado com adrenalina artística. As gotas pingavam e os espasmos mostravam que tudo que se perde vai para dentro de si. Ele não teria o mundo, mas o veria bem devagarinho. Sempre e sempre pelas poças sanguíneas de seu reflexo em estado performático.
Ele e mais ninguém.
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