segunda-feira, setembro 20, 2010
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Cortou a cabeça como quem corta cenouras. Queria a vida leve, mas só sabia passar por ela a machadadas.
Cortou o pé como quem corta agrião. Queria ser cantor, mas só sabia melodias de peão.
Cortou o joelho como quem corta nuggets em prato raso. Queria ter os dentes perfeitos, mas não escovava os dentes 3 vezes por dia.
Cortou a orelha como quem corta ovo cozido para salada. Queria deitar em uma cama fofa e abraçar o travesseiro, mas havia infiltrações que pingavam sobre o colchão.
Humano com sonhos, pensamentos imperfeitos e uma dor nas costas que se chamava peso do mundo.
A cada morte que encaixava em sua existência uma descoberta interna surgia. Ele matava pra se encontrar. Assassinos também tinham corações doídos.
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